Imaginários VI - A Disney

A Disney é, de facto, uma boa e infinita biblioteca de imaginários para as actividades.
Infinita, porque, para além das histórias propriamente ditas - elas próprias criadas, aperfeiçoadas, adaptadas, reimaginadas... a partir de outras também elas já imaginadas e inventadas por alguém - podemos nós também, acrescentar, alterar, ou evidenciar partes a qualquer uma delas.
Pensar no que sucedeu depois de um desses contos ou imaginar o que teria acontecido antes, são formas simples de darmos largas à imaginação, adaptando aos nossos temas e objectivos qualquer uma dessas obras.
Basearmo-nos num livro ou num filme também pode conduzir a resultados diferentes.
Podemos misturar as histórias ou interligá-las. Ou ainda, aproveitar um pouco de cada uma delas, ou os locais, ou as personagens e fazer com elas um videoclip...

Auto-estima

O ponto de partida da alegria é a auto-estima. Quando a pessoa se sente apreciada e profundamente amada, isso dá-lhe auto-estima.
Essa é uma fonte de que brota a alegria. E não me sinto amado porque sou perfeitinho, sinto-me amado porque alguém me fez experimentar que diante dele, sem condições, eu valho, mesmo que tenha um olho torto, um mau currículo ou uma doença terrível!


Vasco P. Magalhães, sj




Pode ser verídico ou não passar de uma simples história, mas acho que vale a pena ler e meditar. Afinal o Escutismo não é isto mesmo? Ir ao encontro da natureza, certamente, mas também das muitas tradições que dela derivam; experimentar tudo isso e tirar algo de valor para as nossas vidas. Escutismo é também reinventar o dia a dia.

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa que deveria trazer os seus próprios sacos para as compras, uma vez que os sacos de plástico não eram amigos do meio ambiente.
A senhora pediu desculpas e disse: “Não havia essa onda verde no meu tempo.”
O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. A sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso meio ambiente. "
"Você está certo", responde a velha senhora, a nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente.
Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidas à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.
Realmente não nos preocupámos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até ao comércio, em vez de utilizarmos o nosso carro de 300 cavalos de potência cada vez que precisamos de ir a dois quarteirões de distância.
Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebés eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam as nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido dos seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.
Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?
Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou "pellets" de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.
Naqueles tempos, não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a relva, era utilizado um cortador de relva, que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisavávamos de ir a um ginásio e usar passadeiras que também funcionam a eletricidade.
Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora enchem os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes, em vez de comprar uma outra. Abandonámos as navalhas, ao invés de deitar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes, só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas apanhavam o autocarro e os meninos iam nas suas bicicletas ou a pé para a escola, em vez de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizaria mais próxima.
Então, não dá vontade de rir que a atual geração fale tanto em meio ambiente, mas não queira abrir mão de nada e não pense em viver um pouco como na minha época?



É católica, logo, é estúpida, não é?


No Paquistão, numa plantação de bagas, uma camponesa católica - Asia Bibi - ousou beber água de uma vasilha comum.

Que blasfémia, meu Alá. Como se sabe, as beatas católicas têm vírus letais, que podem contaminar as outras pessoas (muçulmanas boazinhas, neste caso).

As colegas de trabalho de Asia Bibi reagiram de forma justa, apelidando-a de "Haram", isto é, "és uma porca, ó católica".

Perante esta ofensa terminal, a sede metediça de Bibi só podia ter uma consequência: a condenação à morte pelo chefe da aldeia.

É bem feito, sim senhora. Quem a mandou beber água do balde comum, ah?

Quem? A senhora dona Asia Bibi não sabia que os muçulmanos bonzinhos não podem ter contacto com os católicos impuros? É bem feito, pá.

Estamos a falar de alguém que acredita em Jesus, esse charlatão que se julga acima de Maomé. Ou seja, além de impura, Asia Bibi é estúpida.

Agora tem aí a paga. E já vem tarde.

Ainda por cima, esta herege não baixou os olhos quando foi repreendida.

No Paquistão, "ser cristão é saber baixar um pouco os olhos" . É normal, pois então: os cristãos são uns míseros 6 milhões num universo de 170 milhões de muçulmanos puros e imaculados.


Não respeitando este contexto, a catolicazinha não baixou os olhos e, vejam bem, ainda protestou. Estava mesmo a pedi-las. E, reparem, o chefe da aldeia ainda lhe deu uma chance: "se não queres morrer, deves converter-se ao Islão". Que simpatia de homem, que gentileza, que tolerância milenar (estou que nem posso).

E sabem qual foi a reação da galdéria católica? Recusou esta oferta de boa vontade. Portanto, Asia Bini tem mesmo de morrer, porque o profeta precisa de ser vingado.

Agora, esta frescalhona está presa nas masmorras de Sheikhupura, numa cela com três metros quadrados e sem luz do sol. E parece que o líder religioso lá do sítio já ofereceu 500 mil rupias pela sua morte.

Confesso que estou que nem posso.
Estas beatas têm de aprender a não sair da sua toca, não é verdade?


Henrique Raposo (www.expresso.pt

O Escuta é amigo de todos...


Palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis.

Procura estar de bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil.

Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, não confies nele muito depressa. Com efeito, há amigos de ocasião, que não são fiéis no dia da tribulação.

Há amigo que se torna inimigo, que desvendará as tuas fraquezas, para tua vergonha.

Há amigo que só o é para a mesa, e que deixará de o ser no dia da desgraça; na tua prosperidade mostra-se igual a ti, dirigindo-se com à vontade aos teus servos; mas, se te colhe o infortúnio, volta-se contra ti, e oculta-se da tua presença.

Afasta-te daqueles que são teus inimigos, e está alerta com os teus amigos.

Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontrou, descobriu um tesouro.

Nada se pode comparar a um amigo fiel, e nada se iguala ao seu valor.

Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor acharão tal amigo.

O que teme o Senhor terá também boas amizades, porque o seu amigo será semelhante a ele.

Livro do Eclesiástico 6,5-17
imagem: nó da amizade - http://www.vibeflog.com/cayru/

'Olhos na Nuca'

Na Palestra de bivaque Nº 11 cabia muito bem esta história cujo o resumo se pode encontrar no site do Sol.

Uma distribuidora de pizzas de Memphis, nos Estados Unidos, salvou a vida de uma cliente de 82 anos ao estranhar a falta de encomendas habituais, escreve a BBC.
A idosa Jean Wilson encomendava pizzas, sempre no mesmo dia, numa pizzaria em que a distribuidora Susan Guy trabalha há três anos, conta a BBC.
Perante a ausência de pedidos da cliente, Susan insistiu com a polícia que verificasse a casa da idosa, depois de ter ido bater à porta e não ter obtido resposta.
Os agentes acabaram por arrombar a porta da casa e encontraram a senhora caída no chão.Jean Wilson tinha caído dias antes e não tinha conseguido levantar-se para chegar ao telefone. Segundo os médicos do hospital em que foi atendida, a senhora está livre de perigo e estável.

Estar Alerta é isto mesmo

P.S.: Já agora como exercício, pode-se sempre tentar perceber a razão do título deste post... :)

Ligar à Realidade [AEV]

Começa esta semana o Ano Europeu do Voluntariado. É uma iniciativa que, como acontece a maioria das vezes, serve para descansar a consciência de uma Europa à procura de valores que premeditadamente deixou cair, como a sua herança cultural e religiosa.

É, no entanto, uma ocasião para iniciar um caminho que devia fazer parte da educação de todos. Dedicar livremente uma parte do nosso tempo a prestar um serviço, seja ele qual for, à comunidade é uma experiência fundamental
para qualquer homem ou mulher.
O desafio que este ano propõe é para todos e devia ser mais do que um discurso para a classe política.
O problema da maior parte dos nossos políticos que enchem a boca com o discurso do "estado social" é que não sabem o que é prestar um serviço gratuitamente a quem está ao seu lado. Esta é talvez a maior diferença entre os políticos de agora, com grande dificuldade em aderir à realidade, e a primeira geração de políticos do pós 25 de Abril, como Ernâni Lopes, Sá Carneiro, Amaro da Costa ou António Guterres, com uma enorme sensibilidade social.
O voluntariado que fizeram, tal como o que fez Obama, dá aos homens políticos um outro olhar sobre a realidade, permite-lhes falar de coisas que as pessoas reconhecem e tomar medidas mais adequadas. Não é por acaso que nas sociedades mais evoluídas o voluntariado é uma parte integrante do curriculum.
Seria uma aposta ganha se, este ano, em vez de discursos, a nossa classe política decidisse arregaçar as mangas e dedicar algum do seu tempo, gratuitamente, a ajudar quem mais precisa. Quem sabe não encontrariam mais facilmente resposta para a crise.

Raquel Abecasis
RR on-line 31-01-2011

Ano Europeu do Voluntariado


Este ano de 2011 lança-nos um desafio que, mais do que uma simples reflexão colectiva sobre o tema, significa um compromisso pessoal (ou não) a esta ideia - sempre tão actual e necessária, diria mesmo (neste momento da história humana) essencial à estabilidade e integridade social - que é voluntariado.
Falar de gratuídade nos dias de hoje pode ser visto como uma abordagem anedótica do "tudo tem um preço" e há que espremer a carteira de todo o usufruário e contribuinte em tudo o que se puder e imaginar. Mas também, por outro lado, como uma benção, se partir de uma vontade solidária de, pelo menos, entender que todos contribuem de uma forma particular para uma mesma sociedade na qual também estamos e há que proporcionar-lhes essa oportunidade - muitos querem e precisam dessa oportunidade.
Desta forma, o voluntariado é uma partilha de oportunidades... Como uma conversão da oportunidade que tenho em DAR algo que eu tenho (acima de tudo o meu tempo, mas muitas vezes é muito mais do que isso) para fazer despertar nos outros oportunidades de crescimento, ajuda, bem-estar,... enfim, de esperança. O desafio pessoal em tornar-se voluntário numa qualquer causa, não está tanto em disponibilizar o seu tempo para o fazer; isso é apenas uma desculpa pois as pessoas arranjam tempo para futilidades de qualquer ordem. A dificuldade está, principalmente, em querer admitir que se leva um pouco (ou imenso) de si aos outros e que se faz sem, aparentemente, receber nada em troca. Voluntariar-se, acaba quase por ser um acto de coragem porque é uma luta contra o comodismo pessoal, por um lado, mas também contra um rol de forças externas (família, amigos, profissão,...) que não vêem muitas vezes com bons olhos essa nossa opção.
Quem já fez esta experiência, certamente que descobriu que este dar-se se transforma também num receber... Nem sempre esta descoberta é imediata, mas até porque quando o voluntariado é genuíno e sincero, não está preocupado em receber. Mas há um retorno de sorrisos, de alegria, de agradecimento... para mim, não há nada que possa compensar mais uma doação voluntária do que sentir da outra parte um coração agradecido. Às vezes demora... anos mesmo... mas um dia chegará essa recompensa.