Ano Europeu do Voluntariado


Este ano de 2011 lança-nos um desafio que, mais do que uma simples reflexão colectiva sobre o tema, significa um compromisso pessoal (ou não) a esta ideia - sempre tão actual e necessária, diria mesmo (neste momento da história humana) essencial à estabilidade e integridade social - que é voluntariado.
Falar de gratuídade nos dias de hoje pode ser visto como uma abordagem anedótica do "tudo tem um preço" e há que espremer a carteira de todo o usufruário e contribuinte em tudo o que se puder e imaginar. Mas também, por outro lado, como uma benção, se partir de uma vontade solidária de, pelo menos, entender que todos contribuem de uma forma particular para uma mesma sociedade na qual também estamos e há que proporcionar-lhes essa oportunidade - muitos querem e precisam dessa oportunidade.
Desta forma, o voluntariado é uma partilha de oportunidades... Como uma conversão da oportunidade que tenho em DAR algo que eu tenho (acima de tudo o meu tempo, mas muitas vezes é muito mais do que isso) para fazer despertar nos outros oportunidades de crescimento, ajuda, bem-estar,... enfim, de esperança. O desafio pessoal em tornar-se voluntário numa qualquer causa, não está tanto em disponibilizar o seu tempo para o fazer; isso é apenas uma desculpa pois as pessoas arranjam tempo para futilidades de qualquer ordem. A dificuldade está, principalmente, em querer admitir que se leva um pouco (ou imenso) de si aos outros e que se faz sem, aparentemente, receber nada em troca. Voluntariar-se, acaba quase por ser um acto de coragem porque é uma luta contra o comodismo pessoal, por um lado, mas também contra um rol de forças externas (família, amigos, profissão,...) que não vêem muitas vezes com bons olhos essa nossa opção.
Quem já fez esta experiência, certamente que descobriu que este dar-se se transforma também num receber... Nem sempre esta descoberta é imediata, mas até porque quando o voluntariado é genuíno e sincero, não está preocupado em receber. Mas há um retorno de sorrisos, de alegria, de agradecimento... para mim, não há nada que possa compensar mais uma doação voluntária do que sentir da outra parte um coração agradecido. Às vezes demora... anos mesmo... mas um dia chegará essa recompensa.

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