Se calhar poucos sabem mas hoje celebra-se o dia (não só) de S. Pedro e (/mas também) S. Paulo - o dia em que ambos morreram às mãos dos romanos. Dos relatos que nos chegaram, conta-se que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, pois não se julgava digno de morrer como Jesus. Paulo, por ser cidadão romano, como condenação, foi deecapitado.
Estas, parecem duas histórias tristes de dois heróis que não tiveram um final feliz... Bem pelo contrário, a sua felicidade foi, certamente, muito maior do que a que podemos imaginar - por vezes, mesmo, para nós -; foi construída ao longo de uma vida de descoberta e convivência com o amor, na sua fonte mais pura, nessa via que nos mantém comungantes uns com outros, por Ele; foi redentora pois não se tratou de um fim, este dia, mas da realização plena de um sentido para essa via.
Talvez se procure destacar, neste dia, a imagem de S. Pedro: "a pedra" sobre a qual a Igreja cresceu, a imagem do pescador que se dava inteiramente de corpo e alma. Talvez ainda, porque, em S. Paulo se dá protagonismo à sua conversão (celebrada a 25 de Janeiro), daí que todas as atenções caiam sobre aquele que foi o primeiro Papa. Porém, não serão talvez um sem o outro; o exemplo do cristianismo, da vivência pessoal desta fé por que aceitamos deixarmo-nos contagiar. Se Pedro é aquele que vemos a partilhar o pão, as palavras, as frases, os sentidos com Jesus, a serenidade inquieta de quem desafia "mostra-nos o Pai" ou de quem responde "Tu sabes que eu Te amo" de quem aprendeu a amar dando o nada que é tudo... já em Paulo reconhecemos o esclarecimento de um vida espiritual una em Cristo, que fervilha na intensidade das suas palavras "É Cristo que vive em mim", que caminha na coragem de ir ao encontro de Jesus, onde quer que ele se encontre e onde quer que Ele deseje que, em Paulo, seja encontrado como rosto visivel do seu Amor para o mundo.
Teremos muito a aprender com estes santos, que se patronizam nos nossos altares, nos nossos totems, mas que devem, antes de mais, inspirarem verdadeira e concretamente a nossa existência em todos os seus sentidos, magnetizando-a em direcção à Estrela Polar das nossas vidas.
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