A propósito deste tema, lembrei-me...
«O Núcleo Cego do Maio, promoveu (..) uma actividade para exploradores juniores, séniores e caminheiros, denominda 'Operação Rates Mais Verde; Primavera 1991', uma vez que a serra de Rates se encontrava fortemente poluída com lixos e detritos de natureza variada, fruto da inconsciência, da falta de civismo daqueles que não conhecem, nem tão pouco foram educados pelos sempre e actuais princípios escutistas. Assim, os cerca de 184 séniores e 40 caminheiros acampados em Rates [os exploradores só participaram no Domingo], procederam, na tarde de sábado, à recolha de todo o lixo existente na serra local, por muitos considerada como um dos principais "pulmões" do Concelho da Póvoa de Varzim. Tratou-se de uma 'operação' que, apesar de à partida não ser de execução muito atractiva, foi cumprida de forma ímpar, graças ao empenho e ao entusiasmo prestado pelos escuteiros intervenientes, fortemente sensibilizados com o estado degradante que aquela zona representava.» [1]
«Ao chegarmos, deparámos com um espectáculo demasiado desagradável. O lixo na serra era bastante e diversificado e um pouco disperso, o que dificultava o nosso trabalho.
No entanto, o desânimo nem por isso se instalou e o espírito da equipa foi unânime em termos de trabalho. Ao fim de algumas horas a Serra apresentava outro aspecto: mais agradável, mais limpa. Os elementos do Núcleo conseguiram mais uma vez e unindo os seus esforços pôr em prática um dos objectivos propostos pela organização deste acampamento: limpar convenientemente a Serra de Rates.» [2]
Quase 20 anos depois, o desafio que se põe é bem mais ousado. É ainda mais abrangente, pois envolve todo e qualquer cidadão, independentemente do seu credo, ideologia, classe social,... É também maior porque envolve todo o território nacional.
Desta forma, todos - pelo menos aqueles que se sentem também "fortemente sensibilizados com o estado degradante" a que algumas das áreas que nos cercam chegaram - devemos estar motivados e mobilizados para aderir em massa a esta causa tão nobre. Digo nobre, pois não nos competiria a nós andar a remediar os erros dos outros, mas porque ao fazê-lo, não só estamos a deixar o mundo um pouco melhor como também a consciencializar os mais novos, que se não tiverem uma responsabilidade ambiental, alguém irá pagar caro por isso no futuro.
Sendo esta, uma iniciativa que partiu da sociedade civil, e assumindo-nos como escuteiros, como um movimento do ar livre, do campo, da natureza,... não me parece que estejamos a ser responsáveis, conscientes, coerentes connosco próprios, se ficarmos de fora da participação. Se já o fizemos no passado, porque não repeti-lo?
Eu vou! E tu?
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[1] Cuco Espião, in jornal 'O Cantil' ed.nº3 - Maio/1991
[2] in jornal 'Amanhecer' ed.nº106 - Junho/1991
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