RAP I.

Existe uma revolução que está a acontecer. Essa revolução, tem origem há já à alguns anos atrás em múltiplos factores de ordem social e cultural e que tem trazido novas exigências, não maiores - como fez questão de vincar a Diana citando SÓcrates...'as novas gerações estão perdidas' - mas diferentes... verdadeiramente novas.
Na verdade, esta revolução de ideias, princípios, valores, comportamentos... tem trazido grandes dificuldades à educação actual. Os professores cada vez enfrentam mais dificuldades em saber lidar com fenómenos emergentes no meio escolar e mesmo na ligação que por vezes é necessário fazer outras áreas sociais externas ao seu espaço de acção. Impôr, aceitar ou criar regras tornou-se um desafio para quem educa e legisla. o mal, sob variadas formas, tomou a bandeira do prazer doentio, por meio de uma divulgação rápida e eficaz, arrastando para o seu caminho todos aqueles que se sentem ou foram deixados indefesos. As situações com que nós, educadores, temos de lidar, ultrapassam as barreiras do inimaginável, do imprevisto, chegando, mesmo, a ser rídiculas, por vezes, na ininteligência animal com que foram pensadas...
Para fazer face a essa revolução, uma outra se está a levar a cabo. Se o problema da indisciplina na escolas será talvez o grande obstáculo a vencer, os novos comportamentos sociais das crianças, resultado da atipificação das famílias - não só na sua estrutura propriamente dita, mas também, na vivência enquanto tal - tende a ser o grande desafio à educação por parte daqueles que veem em cada pessoa uma imagem física de um interior muito mais profundo e belo, do que a mera intelectualidade humana.
É neste contexto, de uma busca incontronável por respostas que encontrem, se não soluções, pelo menos, caminhos para compreender e trazer de volta a uma via de aprendizagem verdadeiramente estruturante o indíviduo enquanto um todo, nos estágios primazes da sua formação que o escutismo compreende, que surge o Projecto RAP. O RAP (Renovação da Acção Pedagógica) procura actualizar a forma como o escutismo responde a estes novos desafios educativos que se pôem à sociedade dos dias de hoje, alicerçado - numa perspectiva pessoal - em três pilares fundamentais: o definir objectivos educativos claros a atingir na faixa etária que lhe diz respeito; o focar a atenção no indíviduo enquanto pessoa única e contextualizada; e implicar, não só o próprio, mas todos os que com ele se relacionam na responsabilidade da sua educação (auto-educação e co-educação). Existem algumas novidades, mas, de certa forma, o RAP não traz nada de novo às bases da ainda actual metodologia; vem, sim, clarificá-la, dar-lhe uma sustentação mais clara e visível e actualizar a linguagem para uma melhor e mais correcta compreensão e interpretação. É esta a revolução que está em curso. Uma verdadeira revolução na continuidade dos princípios norteados por B.P. para o escutismo como método de educação integral.
[Fui eu mesmo que escrevi isto tudo :) ]

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