Parece que a mensagem do sonho, de certa forma, passou.
Após a realidade que conheci, não espero que as coisas, se transformem e se renovem de um momento para o outro.
É tão fácil sonhar... É mesmo muito fácil. Difícil é realizar o sonho... Difícil, mas não impossível... É essa mesmo a magia do sonho
Acredito que seja difícil sonhar para quem não fez desse caminho, uma via para orientar a sua vida e que esta ideia custe mesmo a ser assimilada. Mas é já um começo, quando existe abertura em tentar, em experimentar... Só assim se aprende.
Hoje, preocupo-me mais em fazer despontar essa esperança no sonho. Sinto que as pessoas estão mais capazes de pegar nas pontas de corda que lhes são estendidas do alto, em desvendar os desígnios elevados que se traçam continuamente na rota estelar do nosso ser. Sinto que existe vontade em desamarrar esses nós em que as nossas vidas estão muitas vezes presas.
A neblina desapareceu; vê-se agora em toda a sua extensão a albufeira do nosso querer, avistando a linha de terra que a une ao céu. Agora, é tempo de descobrir a verdadeira extensão dos nossos sonhos... aquela que espelha à superfiície aa luz radiante do sol em pleno dia, mas também aquela que é mais profunda, menos visível, e que penetra ao encontro do solo que submerge. Há que discernir os sonhos que nascem de uma sustentação sólida, firme daqueles outros nos deixam instáveis a vaguear por utopias arenosas. São certamente os primeiros, que nos poderão REALmente guiar por essa constelação de felicidade a que somos chamados continuamente a caminhar.
"Seremos REALizadores DE SONHOS"... mas de SONHOS que nos levam por um verdadeiro "tempo novo" como "Homens Novos".
imagem: Katy's Page
Porquê isto tudo afinal? Porquê tanto alarido por um chorrilho de conceitos teóricos de psicologia educativa e pedagogia infanto-juvenil que nos querem impingir quando, afinal, são eles mesmo que dizem, é a mesma coisa?...
Primeiro: Não é a mesma coisa... São os meus princípios mas, explicados e apresentados de outra forma.
Segundo: Tudo isto vai implicar que muitas das ferramentas que se usavam até agora - como o actual sistema de progresso -, tenham os dias contados por não irem ao encontro das nossas e das expectativas dos lobitos, exploradores e pioneiros.
Terceiro: o acompanhamento que é feito a cada elementos tem de ser tanto maior quanto a exigência do meio em que ele está inserido. (o que já vinha a acontecer mas com a dificuldade de se esbarrar numa metodologia demasiado rígida).
Como consequência de tudo isto, torna-se inevitável que os dirigentes e demais pessoas ligadas ao movimento, enquanto educadores, tomem conhecimento com esta REALIDADE - que o é, JÁ -, do RAP e acompanhem de perto este processo. Se é certo que ainda é um projecto em desenvolvimento, também é certo o interesse que existe em que TODOS, (eu disse TODOS - está escrito para que não fique dúvidas de que são MESMO TODOS) tomem a iniciativa de colaborar neste projecto, com a sua opinião, experiência, crítica (porque não? . desde que seja construtiva)... pois é também quase certo que mais tarde ou mais cedo teremos de nos inteirar de todo esta avalanche renovada de conceitos e métodos e práticas que serão essenciais para fazer escutismo nos tempos actuais.
Para além de tudo isto, se, hoje, a formação dos dirigentes é de grande importância, ainda o será mais daqui para frente (tal como veio demonstrar o RAP) dada a exigência, cada vez maior, dos ambientes em que as crianças, adolescentes e jovens estão inseridos actualmente tal como virá, enraizar definitivamente a necessidade de uma formação contínua (tão na berra no domínio profissional) de todos os dirigentes.
Se por um lado, o actual sistema de coisas tem ainda algum sucesso em determinados contextos (sobretudo rurais, não é tabu...), talvez essa visão descontraída das coisas não dure por muito tempo pois também aí se farão sentir os efeitos das alterações sociais que estão a ocorrer. Esta, é também uma vantagem do Projecto RAP, pois não foi pensado para este ou aquele ambiente, mas sim, para se adequar ao nível de exigência em que é aplicado; funciona sempre.
Muito já foi feito... muito há ainda por fazer... Esta revolução será pacífica e natural para quem tomar parte nela... Quem não a acompanhar e a assumir como sua, depois... Não é muito bonito ver um movimento a funcionar a duas ou a três velocidades......
Estava-me a lembrar agora da música...
"Não fiques na praia, com o barco amarrado e medo do mar
Tudo aqui é miragem, mas na outra margem, alguém a esperar"...
Existe uma revolução que está a acontecer. Essa revolução, tem origem há já à alguns anos atrás em múltiplos factores de ordem social e cultural e que tem trazido novas exigências, não maiores - como fez questão de vincar a Diana citando SÓcrates...'as novas gerações estão perdidas' - mas diferentes... verdadeiramente novas.
Na verdade, esta revolução de ideias, princípios, valores, comportamentos... tem trazido grandes dificuldades à educação actual. Os professores cada vez enfrentam mais dificuldades em saber lidar com fenómenos emergentes no meio escolar e mesmo na ligação que por vezes é necessário fazer outras áreas sociais externas ao seu espaço de acção. Impôr, aceitar ou criar regras tornou-se um desafio para quem educa e legisla. o mal, sob variadas formas, tomou a bandeira do prazer doentio, por meio de uma divulgação rápida e eficaz, arrastando para o seu caminho todos aqueles que se sentem ou foram deixados indefesos. As situações com que nós, educadores, temos de lidar, ultrapassam as barreiras do inimaginável, do imprevisto, chegando, mesmo, a ser rídiculas, por vezes, na ininteligência animal com que foram pensadas...
Para fazer face a essa revolução, uma outra se está a levar a cabo. Se o problema da indisciplina na escolas será talvez o grande obstáculo a vencer, os novos comportamentos sociais das crianças, resultado da atipificação das famílias - não só na sua estrutura propriamente dita, mas também, na vivência enquanto tal - tende a ser o grande desafio à educação por parte daqueles que veem em cada pessoa uma imagem física de um interior muito mais profundo e belo, do que a mera intelectualidade humana.
É neste contexto, de uma busca incontronável por respostas que encontrem, se não soluções, pelo menos, caminhos para compreender e trazer de volta a uma via de aprendizagem verdadeiramente estruturante o indíviduo enquanto um todo, nos estágios primazes da sua formação que o escutismo compreende, que surge o Projecto RAP. O RAP (Renovação da Acção Pedagógica) procura actualizar a forma como o escutismo responde a estes novos desafios educativos que se pôem à sociedade dos dias de hoje, alicerçado - numa perspectiva pessoal - em três pilares fundamentais: o definir objectivos educativos claros a atingir na faixa etária que lhe diz respeito; o focar a atenção no indíviduo enquanto pessoa única e contextualizada; e implicar, não só o próprio, mas todos os que com ele se relacionam na responsabilidade da sua educação (auto-educação e co-educação). Existem algumas novidades, mas, de certa forma, o RAP não traz nada de novo às bases da ainda actual metodologia; vem, sim, clarificá-la, dar-lhe uma sustentação mais clara e visível e actualizar a linguagem para uma melhor e mais correcta compreensão e interpretação. É esta a revolução que está em curso. Uma verdadeira revolução na continuidade dos princípios norteados por B.P. para o escutismo como método de educação integral.
[Fui eu mesmo que escrevi isto tudo :) ]
Dizia o poeta:
“É pelo sonho que vamos”
Muitas vezes acordamos de manhã ainda com as imagens claras do que sonhámos à noite.
Outras vezes, sonhamos mas não nos lembramos com o quê.
Outras vezes ainda, não temos noção nenhuma de ter sonhado o que quer que seja.
Às vezes sonhamos com lugares que conhecemos,… outras vezes parece que nada faz sentido.
Dizem-nos, que quando sonhamos, não tivemos um sono profundo, e por vezes acordamos sobressaltados com sonhos menos agradáveis.
De qualquer forma, será que são esses sonhos os únicos que temos? Será que são estes os mais importantes?
Quem é que nunca ouviu na expressão “Sonhar acordado”?
Quem é que nunca, andando a caminhar pela rua, sonhou com qualquer coisa que desejava fazer,… ter,… conhecer,… com quem estar?...... Ou mesmo nas aulas?… ou no trabalho?….
Certamente que sim.
Mas, serão, também, estes, os mais importantes?
Seria destes que o poeta falava “É pelo sonho que vamos”?
Existem sonhos, dentro de nós, que sejam tão profundos que justifiquem que façamos qualquer coisa por eles? Que nos dêem motivos para lutar por eles, de entregarmos a nossa vida para os poder realizar? Seria a um destes que Martin Luther King se referia quando disse “Eu tive um sonho” ou foi apenas um sonho de uma noite?
Há muitos anos, um homem sonhou que poderia lutar e vencer por aquilo em que acredita: a sua pátria. Nuno, acreditou que, se entregasse esse sonho em oração a Deus, poderia, torná-lo realidade. Assim aconteceu! É uma evidência das palavras de Fernando Pessoa tornada realidade… “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
Não basta Deus querer.
Também, nós, temos de querer e saber sonhar!
Este ano, infelizmente, não pude participar no JOTA/JOTI. Não pude participar presencialmente, porque em espírito estava lá, sem dúvida alguma. No ano de 1998 iniciei as minhas participações no JOTA de modo mais activo. Este ano foi a primeira falha desde aí...
Outros valores "mais altos" (literalmente mais altos :P ) se levantaram e lá tive eu de rumar ao Alentejo (e a Espanha por arrasto) num projecto onde também está o radioamadorismo presente.
Foi uma barragem impossível de trepar fisicamente...
O bichinho de querer estar presenta na estação CT7BRG do JOTA/JOTI era tão forte que, volta e meia, dava comigo a pensar como estariam a correr por la as coisas, a cerca de 400 km de distância. Não foi fácil mas o facto de tudo ter corrido bem nesse projecto fez com que a consciência não ficasse tão pesada pela ausência do JOTA/JOTI. Se as coisas tivessem corrido mal ia ser difícil de superar....
Caso continue nesta vida terrena no próximo JOTA/JOTI espero vir a participar na maior actividade (porque não FESTA?! ) do escutismo a nível mundial!
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